Presidente da Câmara de Assu foi preso na última quinta (31).
Odelmo Rodrigues é suspeito de tramar mais de 20 homicídios no estado.
Vereador Odelmo Rodrigues foi preso pela Polícia Civil do RN na última quinta-feira (30)
O vereador Odelmo de Moura Rodrigues, que preside a Câmara Municipal de Assu, cidade distante 207 quilômetros de Natal, alega estar sendo vítima de perseguição política como justificativa para as acusações de homicídios que lhe são atribuídas pela Polícia Civil e Ministério Público. O político foi detido na noite da última quinta-feira (30) sob a acusação de chefiar uma quadrilha responsável por cometer cerca de 20 assassinatos na região do Vale do Açu, no Oeste potiguar.
Na manhã deste segunda-feira, Odelmo concedeu entrevista exclusiva ao
G1. "Como é que um homem que chefia uma quadrilha anda tão tranquilo e
desarmado pela rua como eu?", disse ele, questionando as acusações.
Odelmo também é suspeito de ter encomendado a morte do deputado estadual
Nélter Queiroz e, além disso, de ter mandado matar dois homens que ele
próprio teria contratado e que teriam se negado a executar o crime.
Odelmo Rodrigues está preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) do
conjunto Pirangi, na zona Sul de Natal. Mesmo tendo direito de ficar
alojado em cela especial, por ser vereador, ele está encarcerado com
outros 19 detentos. Durante a entrevista, Odelmo alegou inocência em
todos os crimes atribuídos a ele pela Polícia Civil ao longo das
investigações que culminaram com a prisão de várias pessoas no Oeste do
Rio Grande do Norte durante a operação denominada "Mal Assombro",
deflagrada em conjunto com o Ministério Público no último dia de maio
deste ano.
Durante a operação, Odelmo foi um dos detidos. Com ele foram apreendidas
três armas: um rifle, uma carabina e uma arma de fabricação caseira que
o acusado afirma ter herdado do avô. Depois de pagar fiança no valor de
30 salários mínimos, ele foi liberado.
De acordo com o advogado Antônio Carlos de Souza Oliveira, as armas
foram periciadas e não se identificou que elas tivessem deflagrado
qualquer disparo.
Morte do deputado
Com relação à suposta encomenda da morte do deputado Nélter Queiroz, o
vereador Odelmo Rodrigues diz que a acusação não procede, e que não tem
problemas contra o deputado, a não ser divergências políticas. "O único
problema que tive com ele foi político, quando em época de eleição ele
foi a Assu subir no palanque contra mim", explicou o vereador.
Depois de ser ouvido pela polícia quando foi preso em meio, Odelmo
também afirmou que se encontrou com o deputado e os dois conversaram.
"Ficou tudo bem entre nós", acrescentou.
Odelmo de Moura possui mandato na Câmara de Assú desde o ano 2000. Este
ano ele é candidato à reeleição pela terceira vez. "Estou tranquilo
porque não fiz nada. Tenho certeza que vou retornar para a minha casa e
para a campanha", disse ele.
O advogado Antônio Carlos conta que vai entrar com um pedido de habeas
corpus, solicitando a soltura do cliente. Ele já requereu a
transferência do vereador para o quartel do Comando Geral da Polícia
Militar, no bairro do Tirol. O pedido será apreciado pela Justiça e,
caso seja aceito, Odelmo pode ser transferido para a Sala de Estado
Maior ainda nesta segunda-feira (3).
Mal Assombro
A Operação Mal Assombro, que recebeu este nome em razão do terror que os
acusados causavam à população do Vale do Açu, na região Oeste potiguar,
foi deflagrada no último dia de maio, coordenada pelo Ministério Público
em parceria com a Divisão de Polícia do Oeste, a Divipoe.
O cumprimento dos mandados de prisão, busca e apreensão ocorreram nas
cidade de Assu e Guamaré, com o objetivo de combater crimes de
pistolagem, porte e posse ilegal de arma de fogo. Ao todo, 12 pessoas
foram presas e 21 armas encontradas, entre elas espingardas, pistolas,
revólveres, rifles, granadas, munições de diversos calibres e três
camisas e um
colete da Polícia Civil.
colete da Polícia Civil.
Segundo informações do delegado Odilon Teodósio, titular da Divipoe, foram cumpridos 21
mandados nas casas, estabelecimentos comerciais, escritórios e sítios dos investigados. Entre os presos, estava o presidente da Câmara Municipal de Assu, Adelmo Rodrigues Caldas, com quem foram encontradas três armas, sendo um rifle calibre 22, uma carabina calibre 38 e uma garrucha.
mandados nas casas, estabelecimentos comerciais, escritórios e sítios dos investigados. Entre os presos, estava o presidente da Câmara Municipal de Assu, Adelmo Rodrigues Caldas, com quem foram encontradas três armas, sendo um rifle calibre 22, uma carabina calibre 38 e uma garrucha.
Aos policiais, o vereador contou que as armas fazem parte de uma herança
e estão com a família há muitos anos. Adelmo pagou fiança no valor de 30
salários mínimos e foi liberado,
assim como a maioria dos presos.
assim como a maioria dos presos.
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