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Na região oeste do estado, a fibra da bananeira está gerando renda para as mulheres
A comunidade quilombola usa o artesanato para complementar renda.Em Ipanguaçu, mulheres de uma comunidade quilombola, aproveitam uma potencialidades da região para fazer artesanato: a fibra da bananeira.
Acompanhe na reportagem de Fabiano Morais e Almir Morais.
A comunidade Picada Primeira fica a 7km de Ipanguaçu. Aqui moram 140 famílias que vivem, basicamente, da agricultura. Um curso de artesanato pode mudar a geração de renda para 25 mulheres: elas estão aprendendo como aproveitar a fibra da bananeira.
- É um trabalho que busca a inclusão social, trabalha a questão da valorização da cultura e o reaproveitamento, com isso buscar a sustentabilidade da organização e a geração de trabalho e renda como um complemento da agricultura familiar – explica Aparecida Dantas, coordenadora do Instituto VALER.
As aulas estão sendo ministradas pelo Instituto Valer, uma ong que já trabalha com esse tipo de produção em Assu. Os ensinamentos começaram no início desse mês e vão até a primeira semana de agosto. Cada detalhe é importante para que as peças sejam bem produzidas.
- O processo tem três qualidades de fibra que chega e são lavadas com págua sanitária para não adquirir fungos na peça e depois colocada ao sol para enxugar, e depois retirada para trabalhar - esclarece Magda Lopes, instrutora.
São 60 horas de conteúdo teórico e prático. Aqui as mulheres aprendem desde as técnicas de produção até a logística de comercialização.
O curso de artesanato em fibra de bananeira vai capacitar as agricultoras e donas de casa para produzirem peças que em breve deverão ser comercializadas em todo o país e até no exterior.
A comunidade foi escolhida para fazer parte um projeto piloto na cidade.
- Por ser uma comunidade reconhecida como quilombola, em outubro de 2010 ela teve seu reconhecimento, e também por ter a matéria prima próxima. A banana não serve só de alimento, o que pouca gente sabe é que com a fibra dela a gente produz muitos tipos de artesanato -lembra Suelda Varela – coordenadora de projetos da secretaria de agricultura de Ipanguaçu.
Francimara já trabalhava com palha de Carnaúba. Está gostando da nova experiência e espera ter uma renda extra dentro de casa.
- A palha da bananeira é boa porque a gente recicla mais , a gente recicla a caixa e várias coisas que a gente tem em casa, garrafas velhas a gente recicla para colocar licor, um vinho para dar de presente. A palha da carnaúba não, a gente gasta mais, o trabalho com a fibra da palha de bananeira porque a gente tem em casa e pode até plantar no nosso quintal - comenta Francimara Santos, agricultora.
Algumas peças já foram produzidas por elas. Outras são modelos feitos pelas artesãs de Assu. ao final do curso as novas artesãs terão capacidade de confeccionar mais de 30 modelos. Vão de pastas a porta copos, passando por tapetes e bolsas, muito usadas em congressos científicos. Para cada uma delas a oportunidade deve trazer mudanças no dia a dia.
- Antes a gente não tinha renda alguma só esperando por nossos maridos e hoje em dia a gente não tinha conhecimento da fibra de bananeira, é uma ajuda a mais - conta a agricultora, Francineide Costa.
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